domingo, 22 de março de 2015

Resenha - Bella Utopia: "Dilema do Prisioneiro"


Buscando por um novo som, conheci uma banda originária de Goiânia/GO, que faz um som bem peculiar, se diferenciando de muitas bandas de metal. A banda BELLA UTOPIA apresenta um som muito empolgante, as letras todas em português facilitam no entendimento da história do disco "Dilema do Prisioneiro", lançado no final do ano passado pelo selo Megahard. A banda passou um bom tempo gravando o disco para garantir um bom resultado. O álbum conta com 12 faixas esmagadoras, recheados de influências do bom e velho heavy metal. Algumas faixas se aproximam de gêneros como thrash e death metal. Ótimos trabalhos na guitarra e com um acompanhamento envolvente dos músicos.

A dupla de compositores, a vocalista Isabela Eva e o guitarrista Luis Maldonalle, fazem do disco uma excelente prova de eficiência e competência em um trabalho de qualidade. O grupo, formado por Isabela Eva (vocal), Luis Maldonalle (guitarra), Junão Cananéia (bateria) e Rickson Medeiros (baixo) apostou em som pesado com um tema bem escolhido em seu conceito. O disco retrata a Teoria dos Jogos, onde o personagem estuda situações estratégicas para dar a volta por cima, assunto abordado no álbum. A capa é bem elaborada, criada pelo guitarrista romeno Costin Chioreanu.

Como dito anteriormente, este trabalho contou com composições fortes, passando pelo título das músicas até as letras. As mesmas ficaram de responsabilidade de Isabela, enquanto as melodias foram compostas pelo guitarrista Luis Maldonalle. A começar pela primeira música, "Máscara" é um puta de um pontapé inicial, música poderosa com riffs que entram nos ouvidos de maneira sutil. Um belo solo de guitarra de Luis, rápido e na medida em que a música pede. Seguindo como um aperitivo para o restante do disco, temos a faixa título, "Dilema do Prisioneiro". Música rápida e pesada, alguns elementos típicos foram aproveitados nesta canção, letra impactante. Mais uma vez tenho que pagar pau para um(a) vocalista de uma banda, desta vez a vocalista Isabela Eva soltou sua voz de uma maneira jamais vista por aqui.



Com uma voz rouca e gutural, Isabela demonstra uma performance invejável. Um ponto muito positivo nesta banda, poder entender as canções através de uma vocalista que narra tema de uma forma bem desenvolvida e artística. Isabela também é atriz, e isso ajudou muito em suas performances como cantora. Prova disso pode ser conferida na terceira faixa, "Queima de Arquivo". Já nos primeiros versos, percebe-se o empenho de Isabela, a música começa de forma lenta e sombria, a letra então...matadora. Um refrão muito foda, seguindo para o segundo verso da música, após o refrão, partes dos vocais de Isabela lembram bastante a voz da ex-vocalista do ARCH ENEMY, Angela Gossow, quando ela canta o trecho 'Não Sei Vocês'..., nota-se a semelhança.

Uma combinação perfeita entre os vocais de Isabela com as guitarras distorcidas de Luis Maldonalle, juntamente com o ótimo acompanhamento de Junão e Rickson. Assim o disco continua com a ótima "Cicatriz". Novamente um belo trabalho nas letras, com um refrão motivador. A faixa é mais um exemplo da sinergia dos músicos. A faixa seguinte é a insinuante "Demente", com riffs e fraseados dinâmicos. Destaque para o timbre da cozinha, a bateria com um som cristalino e o baixo alimentando os graves com muita gratidão. "Tormenta" é eclética, com elementos tradicionais do metal, com pegadas leves, indo de passagens suaves até a pancadaria do death metal.



"Escuridão da Mente" é uma das faixas que possuem versos realmente 'cantados' por Isabela. O refrão mostra como soa a voz de Isabela em um tom mais melódico. Para continuar com o peso, a brutal "Inimigo Meu" manifesta-se para o deleite de qualquer headbanger. Uma canção bem heavy metal com riffs característicos, destacando mais uma vez os poderosos vocais de Isabela. Na reta final temos uma nuance com uma boa dose de rock 'n' roll em "Sangrar em Segredo", passando por um solo bem elaborado e técnico do grande Luis. Chegamos na décima música do disco, a charmosa "Caos" possui um timbre atraente, nos fazendo querer ouvir mais. O refrão nos prende e no último verso deu aquela sensação de que ainda teria muito mais música, com uma pequena mudança de ritmo.

"Ruptura" continua na veia do rock, com ingredientes bem temperados acrescentados nas letras e nos riffs. Os efeitos agradáveis no vocal de Isabela logo são distorcidos pelo refrão potente. Fechando com chave de ouro temos a contagiante "Mundo Sem Razão", terminando o disco e deixando aquele gostinho de quero mais. Ótima performance da banda nesta faixa, música pesada e encorpada. Um magnífico solo de guitarra, marcando presença como sempre. A canção passa uma mensagem forte em sua letra, sendo uma das minhas favoritas do álbum. Ansioso por novos trabalhos desta banda que ganhou o meu respeito.

Nota: 9


Se você ficou interessado em ouvir o som da banda, o CD "Dilema do Prisioneiro" pode ser adquirido neste link.

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